Os termos exorcismo, esconjuração ou esconjuro designam o ritual executado por uma pessoa devidamente autorizada para expulsar espíritos malignos ou demônios de outra pessoa que está num estado de possessão demoníaca.
De acordo com a maioria dos sistemas de crenças, possessão demoníaca ou simplesmente possessão é quando ocorre o controle de um indivíduo, animal ou até mesmo objetos inanimados como bonecos, por um ser maligno ou sobrenatural.
Descrições de possessões demoníacas normalmente incluem o prejuízo da saúde, a mudança de comportamento e, muitas vezes, memórias ou personalidades do subjugado apagadas, junto a convulsões e desmaios como se a pessoa estivesse morrendo.
Outras descrições incluem o acesso ao conhecimento oculto e línguas estrangeiras, mudanças drásticas na entonação vocal e estrutura facial, o súbito aparecimento de lesões como arranhões e marcas de mordida além de força sobre-humana.
Ao contrário da canalização mediúnica, o indivíduo não tem controle sobre a suposta entidade que o possui e por isso permanece nesse estado até que a entidade seja forçada a deixar a vítima, normalmente através de um exorcismo.
No imaginário ocidental ele está quase sempre associado ao catolicismo. Isso se deve ao sucesso dos filmes de terror que consagraram essa associação.
Mas é fato, que muitas culturas e religiões contêm algum conceito de possessão demoníaca, e os detalhes variam consideravelmente.
As mais antigas referências à possessão demoníaca vêm dos sumérios, que acreditavam que todas as doenças do corpo e da mente eram causadas por "demônios de doenças"
chamados de gidim ou gid-dim. Os sacerdotes que praticavam exorcismos nessas nações eram chamados de ashipu uma livre tradução para feiticeiro em oposição a um asu que era um tipo de médico, responsável por aplicar bandagens e pomadas. Muitas tábuas cuneiformes contêm orações para certos deuses pedindo proteção contra os demônios, enquanto outras pedem aos deuses para expulsar os demônios que invadiram seus corpos.
Culturas xamânicas ancestrais oriundas das Américas também acreditavam em possessões demoníacas e os xamãs realizavam os exorcismos.
Nessas culturas, as doenças são muitas vezes atribuídas à presença de um espírito malígno no corpo do paciente.
Estes espíritos eram mais frequentemente descritos como espectros de animais ou pessoas injustiçadas pelo molestado, e os ritos de exorcismo variavam desde ofertas respeitosas a sacrifício de animais e até mesmo humano.
A ciência também tem olhos para os dois fenômenos! A possessão demoníaca não é um diagnóstico psiquiátrico ou médico válido e reconhecido pelo Manual Diagnóstico
e Estatístico de Transtornos Mentais, mas é fato conhecido que aqueles que professam a crença em possessões demoníacas por vezes descrevem sintomas que são comuns
a várias doenças mentais, como histeria, mania, psicose, síndrome de Tourette, epilepsia, esquizofrenia ou transtorno dissociativo de identidade.
Nesse último, especificamente, 29% são relatados inicialmente como possessões de demônios.
Além disso, há uma forma de monomania denominada "demoniomania" ou "demonopatia" em que o paciente acredita que está possuído por um ou mais demônios.
Alguns psiquiatras alegam que o exorcismo funciona em pessoas com sintomas dessa monomania da mesma forma que o efeito placebo e o poder da sugestão.
Existe grande divergência em relação aos resultados do exorcismo nesse caso, e exatamente por isso o quadro psicológico de possessão nunca foi aceito como patologia específica e o exorcismo como método de cura nunca passou da fase experimental.
A fórmula utilizada nas igrejas evangélicas é simples, baseando-se na utilização do "nome de Jesus".
A pessoa que apresenta sintomas de possessão ou infestação por demónios ou espíritos imundos ficaria libertada após a imposição de mãos e declaração verbal
por parte do pastor ou autoridade equivalente, para que as entidades estranhas à pessoa se retirem.
Nos movimentos cristãos pentecostal e neo-pentecostal, há também um grande número de relatos de casos de exorcismo. Contrariamente ao ritual católico, não há uma
liturgia rígida, mas somente sacerdotes reconhecidos podem realizar o ritual.
Na maior parte do século 20, o exorcismo foi incrivelmente raro nas nações ocidentais e, muitas vezes, observado com constrangimento pelas autoridades católicas.
Isso porque até o ano de 1999 as regras que tangiam o Exorcismo datavam de 1614, e diversas mortes famosas ocorreram em rituais de exorcismo.
Em 1976, a alemã Anneliese Michel morreu de desidratação e desnutrição depois de cerca de 10 meses de exorcismos católicos.
Em 2005, a freira ortodoxa Irina Maricica Cornici morreu na ambulância depois de uma sessão de exorcismo na qual ela foi acorrentada a uma cruz.
Tais fatos só aumentam o interesse e a curiosidade pelo tema, e a pratica de rituais de exorcismo vem crescendo gradativamente aos longo dos anos!
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