A VERDADE SOBRE OS FANTASMAS DO CASTELINHO DO FLAMENGO


 Em 1918, chegou ao fim a construção do prédio do Castelinho do Flamengo, localizado na esquina da praia do Flamengo com a rua Dois de Dezembro, dois anos após o prédio ser arquitetado pelo italiano Luigi "Gino" Coppedè que não veio ao Brasil, apenas enviou suas plantas e projetos para que o arquiteto brasileiro Francisco dos Santos tocasse a obra. Ele seguiu o estilo de Coppedè, que era cheio de originalidade e misturava elementos de art decó, art nouveau, neo-barroco e neogótico francês.

Assim que o lugar foi finalizado, mudaram-se para o local: O comendador Joaquim da Silva Cardoso um dos fundadores do atual Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro, juntamente com a sua esposa Carolina dos Santos Cardoso.

Anos depois, em 1932, o atraente prédio se tornou a moradia do Comendador Avelino Fernandes, junto com sua esposa Dona Rosalina Feu Fernandes e a sua filha Maria de Lourdes Feu Fernandes.

Maria de Lourdes ficou famosa por ter pulado da Torre do Castelinho ainda criança e virado fantasma. Tudo isso por causa de um tutor que teria usurpado todo o seu dinheiro após a morte de seus pais atropelados por um bonde na porta de casa.

Na realidade, nada disso aconteceu. Em 1963, Maria de Lourdes Feu Fernandes, conhecida como pobre menina rica, aos 45 anos, morreu de hepatite em uma casa de saúde do Rio de Janeiro, sem nunca ter podido gozar completamente da herança recebida pelos pais que gravaram cláusula de inalienabilidade em todos o 12 bens herdados por ela. 11 em Belo Horizonte e 1 no Rio. Por conta de sua morte todos os seus bens foram vendidos, sendo o ultimo o Castelinho do Flamengo.  Deixou um testamento que sofreu inúmeras ações de contestação e arrastou-se por muito tempo.

No dia 03 de junho em 1968 o prédio foi leiloado e pouco se sabe sobre o processo. A versão mais conhecida é que teria sido arrematado pelo Senador Manuel Joaquim de Mendonça Martins. Esse por sua vez faleceu em 1972 e novos processos se arrastaram pela posse do imóvel.

O DECRETO 4.320 – de 14 DE NOVEMBRO DE 1983, assinado pelo então prefeito Jammil Haddad que permaneceu no cargo por menos de um ano, e talvez por causa disso não logre a fama deste ato, tombou definitivamente o Castelinho do Flamengo, já relacionado nesta época como bem de propriedade do Município do Rio de Janeiro. Você vai encontrar vasta literatura afirmando que o tombamento foi feito pelo prefeito anterior Julio Coutinho. Esse na verdade apenas tentou demolir o imóvel! Sendo impedido pela comoção pública contra o ato.

Foi decido que no Castelinho do Flamengo passaria a funcionar um centro cultural. Para isso, quase todo o interior do prédio foi reformado. As obras de restauração ficaram a cargo do escritório paranaense Aresta Arquitetura e Restauro e custaram U$ 1,200.000 – um milhão e duzentos mil dólares.

Em 1992 foi inaugurado o Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho. O espaço conta com uma videoteca que dispõe de mais de 1.500 títulos em acervo e de quatorze cabines individuais para vídeo.

No segundo andar está o auditório Lumiére, com capacidade para quarenta lugares e mais duas salas para cursos e workshops, além de uma sala para exposições. Na assustadora torre dos fantasmas, localizada no quarto andar, há o espaço livre e uma sala de leitura de textos.

Os gradis do andar nobre com suas abelhas estilizadas, os estuques com figuras humanas e os rostos femininos da fachada também costumam encantar os visitantes. 

Outro detalhe que merece ser observado está nos cantos das fachadas. Há cabeças de felinos que parecem zelar pela construção. Dentro do edifício, delicados vitrais acompanham a escada.

Sobre os fantasmas, existem inumeros relatos de que o prédio foi invadido por mendigos, todas as vezes que ficou vazio. Esses, por sua vez não conseguiam passar a noite no Castelo. Escutavam gritos, choros de criança, janelas batendo, passos vindos da torre, e todo o sortilégio de coisas apavorantes.

O que muitos ignoram é que Gino Coppedê era um homem esotérico que criou varias obras arquitetonicas enigmaticas na Itália no chamado Quartiere Coppede. Ligado a uma antiga sociedade secreta na Europa, e com a chegada da primeira guerra mundial, enviou junto com as supostas plantas do Castelinho, um livro, contendo todos os seus estudos esotéricos e ocultistas, forrado com pele humana e escrito com sangue fresco. Dizem que estava escondido no Castelinho e desapareceu na restauração em 1992.

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